pecado
Alberto Marinho Ribas Semeler*
Leonidas Roberto Taschetto**
Janaína Oppermann***
Resumo
Propõem-se neste artigo uma análise referente à base biológica da experiência estética, levando-se em consideração desde a teoria naturalista de
Aristóteles até os novos conhecimentos científicos da neurobiologia. A teoria chamada de neuroestética busca reposicionar a experiência estética numa perspectiva não somente inata, mas também influenciada pelo meio ambiente.
Desse modo, os conhecimentos antes apenas vistos como intuitivos ou teórico-filosóficos, podem ser refutados ou legitimados através do acompanhamento do “córtex visual” numa aproximação entre tradição e inovação. Nesta perspectiva, a estética é vista como fenômeno fundador que antecede e extrapola o humano, estando presente na natureza em estruturas, texturas e em padrões de organização. Neste sentido, o humano é antes produto do que produtor, criatura e não criador. No entanto, é impossível pensar o humano fora de uma concepção que não envolva um homo aestheticus. Assim, as reflexões aristotélicas que viam a estética como anterior a arte são revistas dentro de um contexto multidisciplinar através da filosofia da tecnologia de Gilbert Simondon (que analisa relações entre o vivo e o artificial) e da neuroestética (conhecimento visual).
Palavras-chaves: Estética; Neuroestética; Bioestética; Tecnoestética.
Origens da arte, da filosofia da arte e da estética
As discussões contemporâneas sobre estética são amplas e variadas. Talvez o mais apropriado seja o uso da palavra no plural. Sua origem remonta os primórdios da filosofia, ela já foi autônoma, abusada, declarada morta. Contudo é sempre retomada e
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Doutor em Poéticas Visuais/Arte e Tecnologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Professor adjunto do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade
Federal