Lukács e a crítica da filosofia burguesa
LUKÁCS E A CRÍTICA
DA FILOSOFIA
BURGUESA
Capa de
Henrique Ruivo
© J. Paulo Netto e Empresa de Publicidade Seara Nova, S. A. R. L.
R. Bernardo Lima, 42, r/c —LISBOA
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ROTEIRO :
1. Advertência
2. Lukács e a Crítica da Filosofia Burguesa
3. Apêndice: Excurso sobre a Ontologia do Ser Social
4. Cronologia de Georg Lukács
5. Notas
A Cida,
com quem vivi esta crítica.
1. ADVERTÊNCIA
O ensaio que agora se publica foi original mente redigido em princípios de 1976, ainda no
Brasil, quando o autor preparava uma colectânea de textos que deveria intitular-se Introdução a
Lukács. Circunstâncias várias e realmente cons trangedoras obrigaram ao (provisório) abandono deste projecto.
No conjunto inicialmente planeado, «Lukács e a Crítica da Filosofia Burguesa» tinha por objectivo, valendo-se prioritariamente de cita ções do pensador húngaro *, explicitar o posi cionamento do que se considera o «quarto clás sico do marxismo» frente à produção filosófica burguesa mais significativa dos séculos XIX e
XX — posicionamento referido à «obra madura» de Lukács. Balizava aquele objectivo uma preo cupação quase didáctica: pretendia-se que a exposição fosse acessível a uma audiência inte ressada, mas desprovida de informações espe cializadas sobre a temática. Daí o tom necessa riamente declarativo do ensaio, onde, todavia,
* Não será fora de propósito evocar, aqui, o «jo vem» Lukács de História e Consciência de Classe: «Mas toda a citação é, ao mesmo tempo, uma interpretação.»
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se procurou não sacrificar o rigor documental no altar da simplicidade.
Afora o «Excurso sobre a Ontologia do Ser
Social», escrito em Janeiro deste ano, e algumas alterações formais de pouca monta, «Lukács e a Crítica da Filosofia Burguesa» sai à luz sem qualquer modificação assinalável, conservando as suas limitadas pretensões, apenas acrescido de uma cronologia que situa historicamente o