Navegar é preciso, viver não é preciso
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Ao falarmos que “navegar é preciso, viver não é preciso”, alguns logo citam a genialidade do escritor português, Fernando Pessoa. Indo um pouco amis adiante sobre o estudo dessa frase, aponta este que, o poeta ao mesmo tempo em que lançava uma sentença sobre a condição do homem, dialogava ricamente com a tradição histórica dos portugueses na exploração dos mares. Contudo, devemos saber que essa interpretação está longe de remontar as origens da afamada frase. No século I a.C., os romanos viviam ativamente o seu processo de expansão econômica e territorial. Na medida em que Roma se transformava em um império de dimensões gigantescas, a necessidade de desbravar os mares, se colocava como elemento fundamental para o fortalecimento de uma das mais importantes potências de toda a Antiguidade. Foi nesse contexto que o general Pompeu, por volta de 70 a.C., foi incumbido da missão de transportar o trigo das províncias para a cidade de Roma. Naqueles tempos, os riscos de navegação eram grandes, em virtude das limitações tecnológicas e dos vários ataques piratas que aconteciam com relativa frequência. Sendo assim, os tripulantes daquela viagem viviam um grave dilema: salvar a cidade de Roma da grave crise de abastecimento causada por uma rebelião de escravos, ou fugir dos riscos da viagem mantendo-se confortáveis na cidade de Sicília. Foi então que, de acordo com o historiador Plutarco, o general Pompeu proferiu essa lendária frase. Para Petrarcha, poeta italiano que viveu entre 1304 a 1374, o verbo “PRECISAR” não é usado na concepção de “necessitar”, mas no sentido de ser exato. A navegação é uma ciência exata, em comparação com a vida, que sabemos onde começa e jamais onde termina.