Nascentes representações da nação brasileira
Considerando apenas as nossas raízes europeias, tais relatores do que se poderia chamar de “História do Brasil”, acabavam por desconsiderar as nossas raízes e indígenas, conferindo um visual completamente europeu à nossa nação. Mas o que se buscava era delinear o perfil desta nova nação, que estava dentro de uma sociedade escravocrata, que também tinha traços populacionais indígenas, além do português. Buscava-se uma nação em que todos se reconhecessem. A tarefa desses letrados era a de construir uma ideia de nação, pautada em uma visão civilizatória e progressista, de forte inspiração iluminista, como se podia observar na Europa do século XIX.
Em uma obra de 1907, chamada Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu, via-se uma longa jornada da historiografia em torno de um “redescobrimento do Brasil”. O texto dele iniciava com um capítulo que falava especialmente dos antecedentes indígenas, com descrições do meio físico e geográfico, falando da fauna e da flora. Depois retratou a chegada dos portugueses, seguido pela implementação de capitanias hereditárias e invasões estrangeiras. Tudo isso mostrava que o autor estava engajado em mostrar a parte menos conhecida do país e principalmente de enaltecer não a conquista e colonização dos portugueses, mas