Nascentes representações da nação brasileira

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Em meados do século XIX, foi criada uma instituição que seria a guardiã da memória oficial do Brasil. Nascia ali o IHGB. O método adotado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o IHGB, que foi responsável não somente pela criação de uma identidade nacional, mas também da catalogação histórica dos acontecimentos no Brasil, para construção daquela, foi o de pesquisa de campo. Historiadores, intelectuais e desbravadores – homens letrados – retratavam suas experiências de viagem aos diversos lugares do país, incentivados por premiações e concursos feitos por este instituto. Observava-se também que a formação da nacionalidade brasileira estava inteiramente ligada ao passado de colonização portuguesa.
Considerando apenas as nossas raízes europeias, tais relatores do que se poderia chamar de “História do Brasil”, acabavam por desconsiderar as nossas raízes e indígenas, conferindo um visual completamente europeu à nossa nação. Mas o que se buscava era delinear o perfil desta nova nação, que estava dentro de uma sociedade escravocrata, que também tinha traços populacionais indígenas, além do português. Buscava-se uma nação em que todos se reconhecessem. A tarefa desses letrados era a de construir uma ideia de nação, pautada em uma visão civilizatória e progressista, de forte inspiração iluminista, como se podia observar na Europa do século XIX.
Em uma obra de 1907, chamada Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu, via-se uma longa jornada da historiografia em torno de um “redescobrimento do Brasil”. O texto dele iniciava com um capítulo que falava especialmente dos antecedentes indígenas, com descrições do meio físico e geográfico, falando da fauna e da flora. Depois retratou a chegada dos portugueses, seguido pela implementação de capitanias hereditárias e invasões estrangeiras. Tudo isso mostrava que o autor estava engajado em mostrar a parte menos conhecida do país e principalmente de enaltecer não a conquista e colonização dos portugueses, mas

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