Na senzala, uma flor
E CULTIVAVAM, NÃO OBSTANTE,
SUAS RELAÇÕES FAMILIARES
SLENES, Robert Wayne. Na senzala, uma flor – esperanças e recordações na formação da família escrava: Brasil Sudeste, século XIX. 2ª ed. corrigida. Campinas: Editora da Unicamp, 2011. 302 p.
E
stiveram cobertos de razão os estudiosos do passado brasileiro que saudaram a publicação, em 2011, pela
Editora da Unicamp, da segunda edição do livro de Robert Slenes. Mesmo aqueles há muito dedicados ao tema da escravidão no Brasil dos períodos colonial e imperial, decerto já possuidores de um exemplar da primeira edição, de 1999,1 entre os quais me incluo, terão acertado ao engrossar essa recepção positiva, quiçá até calorosa. De fato, é muito bom deixar para trás a por anos infrutífera indicação da eventual compra do livro, por exemplo, a orientandos e demais alunos com o intuito de neles estimular o interesse pela temática da família escrava. Muitos poderão, agora, evi1
Robert W. Slenes, Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava, Brasil Sudeste, século
XIX, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
Afro-Ásia, 48 (2013), 425-431
tar os exemplares de bibliotecas, inadequados para receber anotações e comentários feitos à margem, algo sempre muito pessoal e imprescindível para vários pesquisadores, bem como dispensar as cópias xerográficas legalmente limitadas tão-somente a frações da obra; ou ainda, economizar o elevado preço que o desequilíbrio entre a oferta e a demanda acarretava para os raros exemplares da edição anterior que vez ou outra surgiam, não por muito tempo, nos catálogos dos sebos.
Some-se a isso um motivo talvez prosaico, mas que duvido se restrinja apenas ao meu caso: é igualmente muito bom deixar para trás a profunda irritação com o manuseio da edição de 1999. Tal irritação advinha do fato de que nela se fez uso de uma cola evidentemente incompatível com a abertura do volume