historia
Profa. Dra. Regina Helena M. A. Corrêai (UEL)
Resumo:
Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala (1933), registra a atração dos senhores de engenho pela negras escravas e defende que a miscigenação, associada ao clima tropical, dava às mulheres uma exacerbada sensualidade. Jorge Amado, que continua sendo para os estrangeiros a porta de entrada da cultura brasileira, mostra em seus romances não somente a vida difícil do povo baiano, mas também a maioria dos chamados estereótipos relacionados ao povo brasileiro. Considerando estes dois pilares do estudo da cultura brasileira, o intuito deste trabalho é identificar nas personagens femininas amadianas, fundada na proposição de Freyre, o contexto da consciência do corpo feminino pelas mulheres brasileiras, usando como pano de contraste as campanhas publicitárias de cerveja, em relação a verdades e estereótipos presentes em auto-testemunhos em comunidades do Orkut.
Palavras-chave: Gilberto Freyre, Jorge Amado, campanhas de cerveja, estereótipos no
Orkut.
Introdução
O conceito de brasilidade sempre esteve pautado por uma relação de ufanismo e exotismo, cujo primeiro registro se encontra na Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de
Portugal, que descreve a nossa terra como aquela em que “dar-se-á nela tudo pelo bem das águas que tem”.
No período colonial, o europeu aqui sediado e o mazombo progressivamente buscaram a construção de uma identidade inspirados na paisagem local, caso de Pero Magalhães Gandavo (Tratado da Terra do Brasil), Gabriel Soares de Souza
(Tratado Descritivo do Brasil), Manoel da Nóbrega (Discurso sobre a conversão do gentio), Fernão Cardim (Tratado da Terra e da Gente do Brasil), André João Antonil
(Cultura e Opulência do Brasil), Manuel Botelho de Oliveira (À Ilha da Maré Termo desta
Cidade da Bahia), Santa Maria Itaparica, Gregório de Matos e Padre Antônio Veira.
No séc. XVIII, o sentimento de brasilidade aflora pelo reconhecimento