Musica
Tião Carreiro e Pardinho
Na serra onde eu nasci a gente só escutava o cantar dos pássaros...
A cigarra canta naquela sombra nas arvores em dias, de bem mormaço...
É um lugar tão montanhoso, que o sol demora a surgir no espaço...
Mais se de lá...
Mudar meus parentes, nem a passeio, por lá não passo...
Vivi lá até os quinze anos, montado em boi e jogando laço...
Tirei, diploma do quarto ano, meu pai me dando muitos repasso...
Depois vim para Araçatuba, fui pegando mais desembaraço...
Com meus colegas, de vez em quando, uma serenata era meus disfarço...
Em casa eu era o caçula, leva a vida de um ricaço...
Depois, a minha mãe faleceu, sofri também, diversos fracassos...
Me arribei por outras terra vim sem destino, fiz como um pássaro...
Que quando da uma tempestade, ele perde o ninho, e vaga no espaço...
Eu tenho essa inclinação que eu hei de viver com a viola no braço...
Conheço o nosso Brasil inteiro de avião, de carro e de trem de aço...
Antes não ganhava nada, hoje no bolso dinheiro é os maços...
Eu levo a minha vida folgada, tudo que eu quero eu faço e desfaço...
Hoje a sorte me acompanha eu deixo saudade em lugar que eu passo...
As morenas choram na despedida, chega até soluçar no meus braços...
Certos caras vendo isso, de despeitados tem feito ameaço...
Sabem que eu tenho peito de bronze, braços de ferro e punhos de