Multiculturalismo na mídia e nas artes
Existe um determinismo cultural na mídia e nas artes. Geralmente, está ligado a uma cultura específica, comumente impondo uma visão eurocêntrica e etnocêntrica, inviabilizando, através da ausência de democracia, a presença e a influência que povos e culturas diversas possuem na sociedade como um todo. As artes e as formas de comunicação podem direcionar a opinião das pessoas, seus valores e posição política. Filmes, livros, música, rádio, imprensa, internet, em conjunto com outros fatores, moldam nossas percepções sobre a vida e o mundo, podendo gerar um impacto em grupos específicos de pessoas. E dependendo de como essas formas de informação e arte são expressas, visões distorcidas da realidade talvez sejam inculcadas nos indivíduos que a recebem, construindo concepções estereotipadas e discriminatórias. Sendo assim, faz-se necessário que exista multiplicidade de criações artísticas e midiáticas dentro do que se pode considerar sensato e verídico, para uma posterior distribuição dentro de toda e qualquer sociedade. Dessa forma, a questão do multiculturalismo deve ser reivindicada. Porém, essa exigência torna-se mais complexa quando, na maioria das vezes, a produção, distribuição e exibição de materiais midiáticos e artísticos estão sob o controle de grandes corporações. De acordo com Smiers (2006), em praticamente todos os países a maior parte dos filmes exibidos é da indústria cinematográfica de Hollywood. A probabilidade de que qualquer livro, jornal ou revista adquirida por alguém, em qualquer parte do globo, tenha sido distribuído no mercado por uma editora que faça parte de algum grande conglomerado é consideravelmente grande. E estas empresas multinacionais estão presentes na maioria dos meios artísticos e de comunicação. Ou seja, nas mãos de poucas organizações está o controle de grande parte do conteúdo que as pessoas assistem, leem e ouvem. E não raramente, as produções das grandes corporações