Mulheres Trabalhadoras e o Direito de Amamentar
São inúmeras as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade (BELIZÁRIO, 2006). Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicada pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais. (RODRIGUES; SOUZA, 2010). Não se vai muito longe para percebermos que antigamente a presença da mulher no mercado de trabalho era praticamente uma exceção e, mesmo assim, elas eram vistas com muito temor e, até mesmo, com certa desconfiança por parte de todos da sociedade, nessa época era normal se desconfiar da honestidade das mulheres que trabalhavam fora e em quase todas as fichas cadastrais femininas, no âmbito “profissão”, via sempre a especificação “do lar” (LUZ E FUCHINA, 2005). Esse tempo de que as mulheres não podiam trabalhar fora de casa já passaram nos tempos atuais elas ocupam as mais diversas profissões no mercado de trabalho, como médicas, enfermeiras, operárias, comerciárias, professoras, policiais, motoristas de ônibus, taxistas e praticamente todas as demais profissões indiscriminadamente (PROBEST, 2003). O aumento da participação feminina no mercado de trabalho tem contribuído bastante para a redução das diferenças entre homens e mulheres economicamente ativos e paralelamente constata-se o progressivo declínio do número médio de pessoas nas famílias e isso, em razão da progressiva queda da fecundidade, como consequência do crescente uso de anticoncepcionais pelas mulheres que precisam trabalhar fora, pelo fato que não querem engravidar (BELIZÁRIO, 2006).