Mulher e Midia
Para tratar da representação da mulher pela imprensa, tomaremos por base alguns conceitos desenvolvidos pelo sociólogo francês Edgar Morin. Uma das teses por ele desenvolvida trata-se de que os mass media criam no imaginário de seus espectadores o que ele denominou de imagem Olimpiana. Segundo a mitologia grega, os olimpianos eram deuses que habitavam o Monte Olimpo, porém, possuíam características humanas. Tais entidades eram consideradas centrais na sociedade grega, uma vez que as pessoas as tinham como referência de vida e comportamento.
Este paralelo com os Olimpianos se faz necessário uma vez que o autor Edgar Morin os compara, na sociedade atual, com as figuras lançadas pela mídia, as quais desempenham função de inspirar o comportamento das pessoas.Os meios de comunicação de massa, seriam, por fim, a instituição responsável por apresentar padrões de comportamento a serem seguidos na sociedade atual.
De acordo com esta perspectiva e tomando como referência as capas de revistas destinadas ao público feminino, podemos inferir que as modelos e celebridades que as estampam exibem corpos aparentemente perfeitos - entendemos por perfeitos aqueles que são assim julgados e moldados pela mídia. Na maioria das vezes, estas mulheres aparecem seminuas, ou ainda, revestidas por belíssimas roupas, além de cabelo e pele invejáveis.
Estas figuras podem ser consideradas "olimpianas" que, em detrimento de se tratarem de seres humanos, acabam por serem divinizadas, exaltadas, colocadas em pedestal e que, através do veículo impresso - não somente - são impostas às leitoras como padrão a ser invejado e seguido.
Figuras como estas que estampam as capas das revistas correspondem a uma afirmação de Morin: "(...) as estrelas em suas vidas de lazer, de jogo, de espetáculos, de amor, de luxo e na sua busca incessante da felicidade simbolizam tipos ideais da cultura de massa."
Estas edições disponibilizam, ainda,