As mulheres e a mídia
GABRIEL CÔRREA - GABRIEL POERSCH - MARIANA SOLETTI
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho, buscaremos analisar a posição dada à mulher no espectro midiático através de argumentos sócio-históricos, entrelaçando suas representações no cinema e em peças publicitárias com sua condição social baseando-se nos desequilíbrios de poder, ao longo do tempo, entre os sexos. Essencialmente, consideraremos seu passado e informações antropológicas, biológicas, sociológicas, psicanalíticas, filosóficas, junto a outros estratos que completam sua imagem à sociedade. Fazendo uma relação com tais áreas, em um âmbito universal e comparatório, dissertaremos sobre como, desde quando e por qual motivo a mulher é oprimida inconscientemente em sua exposição, usando como embasamento livros sobre a condição de mulher, a sociedade de consumo, entre outros artigos sobre sua relação com a comunicação.
Palavras-chave: Publicidade; Cinema; Mulher; Feminismo; Mulher-objeto.
1.2 A MULHER (POR SIMONE DE BEAUVOIR)
“Sejam mulheres, permaneçam mulheres, tornem-se mulheres. Todo o ser humano do sexo feminino não é, portanto, necessariamente mulher; cumpre-lhe participar dessa realidade misteriosa e ameaçada que é a feminilidade. Será esta segregada pelos ovários? Ou estará cristalizada no fundo de um céu platônico? Bastará um saiote de folhos para fazê-la descer à terra? Embora certas mulheres se esforcem por encará-lo zelosamente, o modelo nunca foi registrado.”
(BEAUVOIR, 1949, p. 13-17)
“A mulher sempre foi, senão a escrava do homem, pelo menos sua vassala; os dois sexos nunca partilharam o mundo em igualdade de condições; e ainda hoje, embora a sua condição esteja a evoluir, a mulher arca com uma pesada desvantagem. A mulher não se reivindica como sujeito, porque não possui os meios concretos para tanto, porque sente o laço necessário que a prende ao homem sem reclamar a reciprocidade dele, e porque, muitas vezes, se compraz ao papel de Outro”.
(BEAUVOIR, 1949, p.