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O El Niño, também denominado ENOS (El Niño – Oscilação Sul), é um fenômenos climático que acontece em intervalos de três a sete anos em média, caracterizando-se pelo aumento anormal da temperatura das águas do oceano Pacífico na região tropical. Sua ocorrência modifica o clima e altera a paisagem de diferentes regiões do planeta.
Tudo começa com uma alteração do comportamento dos ventos alísios. Esses ventos, em condições normais, deslocam-se de leste para oeste numa velocidade de aproximadamente 15 m/s, elevando o nível do Pacífico na costa australiana. Então, forma-se uma zona de transição entre águas quentes e frias, e os ventos alísios conduzem as águas mais quentes para oeste e fazem as águas mais frias ressurjirem a leste.
Durante a ocorrência do El Niño, a velocidade dos ventos alísios diminui significativamente e, com isso, as águas superficiais se deslocam menos e sofrem um aumento de temperatura. Com o aquecimento atípico das águas do oceano Pacífico, entre a costa do Peru e a da Austrália, todo o sistema de circulação atmosférica é afetado, desde os ventos até as massas de ar. Esse quadro leva a uma evaporação muito mais intensa, aumentado os índices de chuvas em determinados locais e provocando fortes estiagens em outros.
O Brasil, por exemplo, sofre muitos impactos em todas as regiões em anos de El Niño. As regiões Norte e Nordeste são atingidas por longos períodos de seca, as temperaturas médias das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste aumentam, e ainda ocorrem excessos de chuvas nesta última região.