Moléculas que não seguem a regra do octeto
Os gases nobres, hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio, se destacam entre todos os elementos químicos por apresentarem uma estabilidade única, que os torna inertes à reação com quase todos os outros elementos.
Normalmente tais gases se apresentam como átomos isolados e não como moléculas, estabelecendo ligações atômicas apenas em condições muito especiais.
É claro que características tão particulares chamaram a atenção dos químicos, que se propuseram a entender o que estes átomos possuíam de diferente dos outros para apresentar tal comportamento.
A resposta veio da análise do modo como os elétrons se distribuíam ao longo das camadas destes átomos, conforme descrito na tabela que segue: Distribuição Eletrônica dos Gases Nobres
Gás Nobre Noatômico Distribuição dos eletrons por camadas 1a 2a 3a 4a 5a 6a
He 2 2
Ne 10 2 8
Ar 18 2 8 8
Kr 36 2 8 18 8
Xe 54 2 8 18 18 8
Ra 86 2 8 18 32 18 8
Com exceção do hélio, todos os gases nobres possuem oito elétrons em sua camada de valência, aquela última na qual ocorrem as ligações moleculares ou iônicas.
Assim, um átomo que completa a última camada de sua eletrosfera com oito elétrons adquire as características de um gás nobre, ou seja, torna-se estável.
Um exemplo próximo de todos é a molécula de água.
Vejamos a distribuição eletrônica do oxigênio:
Número atômico 1acamada 2acamada
8 2 6
Para obedecer à regra do octeto, o oxigênio precisa para se estabilizar de mais dois elétrons na última camada.
Assim temos o porquê de nossa conhecida fórmula H2O, já que na molécula de água cada um dos átomos de hidrogênio compartilha numa ligação covalente um elétron com o átomo de oxigênio, que assim passa a somar em sua última camada os oitos que precisava para sua estabilidade, conforme figura seguinte:
Pela mesma razão, a molécula de oxigênio O2 é formada pelo compartilhamento de dois pares