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Da minha TV assisto aos jogos de futebol e o que mais me contagia na Copa do Mundo é como uma nação se mobiliza por um objetivo. Funciona como uma empresa modelo. Na qual os torcedores exercem sua função da melhor maneira possível, pois eles estão prontos para mostrar aos jogadores que eles acreditam, confiam, reconhecem o valor da equipe em campo e a respeita por isso. Por sua vez, o jogador se sente orgulhoso, motivado e crente que pode e vai conquistar o prêmio tão sonhado. Já o pedreiro constrói o estádio que o arquiteto projetou e o engenheiro calculou e todos, sem exceção, se consideram e sabem que são muito importantes, visto que tudo o que fazem é para oferecer a um povo a chance de torcer pela sua pátria amada. Todo profissional envolvido nesse grande evento, seja ele um guarda de trânsito, um policial ou um comerciante se preocupam, pois outras nações virão conhecer nosso sistema e não queremos ser exemplo de demérito, sendo que todos esperam receber em troca um reconhecimento internacional, não havendo capitalismo nessa relação e sim a glória de ser um pedaço de uma seleção campeã em todos os sentidos.
Começará um novo jogo, o assisto pela janela de cristal líquido de minha sala e quem o transmite é um canal de jornalismo da cidade. Desta vez quem entra em campo é um time que todos nós nos identificamos com cada um dos jogadores. Sim, o nome do time é O Pedestre e não é um jogo comum, é um clássico, seu adversário é o time Imprudência.
O jogo começa, o respeito e admiração desapareceram e a vista disso noto uma semelhança oposta comparado aos jogos da Copa. Na arquibancada da cidade está a torcida organizada do time Imprudência, chamada Os Veículos. A torcida organizada provoca os torcedores de seu rival O Pedestre. Ultrapassam o sinal vermelho, estacionam em local proibido, andam em alta velocidade em ruas de bairros... É de um verdadeiro insulto. Os torcedores do time O pedestre não ficam para trás. Invadem a arquibancada da rival