Modelo Ptolomaico
Cláudio Ptolemeu, filósofo grego que viveu entre 90 e 168 EC, lançando mão de epiciclos e deferentes, foi o primeiro a estabelecer um modelo geocêntrico com precisão razoavelmente acurada a fim de descrever os movimentos dos planetas no firmamento conforme inferidos a partir da terra (ver vídeo), contudo seu modelo ainda carecia de um ponto fundamental: a causa física para tais movimentos. À parte seus defeitos, o modelo de Ptolomeu foi prontamente assimilado e difundido pelas sociedades ocidentais, entre outros devido à influência da Igreja Católica; e esse só veio a ser efetivamente contestado a partir do julgamento de Galileu Galilei, já no século XVII. E per facto, foi apenas no século XIX que o estudo mais aprofundado da mecânica e dos corpos celestes demonstrou definitivamente que o geocentrismo havia sido um engano perpetuado por mais de milênio.
Um sistema muito mais simples e elegante - fisicamente embasado pela teoria da mecânica - é desde o século XVIII o cientificamente escolhido para se analisarem os movimentos dos planetas e o sistema solar: o sistema heliocêntrico (de fato, um dele derivado). Embora a ideia não lhe fosse original, Nicolau Copérnico foi o primeiro a estabelecer um modelo heliocêntrico aceitável. Seu modelo encontra-se publicado em "De revolutionibus orbium coelestium" (1543). Contudo, com precisão emprírica não muito melhor do que a fornecida por Ptolomeu, seu sistema ainda deixava muito a desejar. O modelo foi apreciavelmente melhorado por Johannes Kepler, que, debruçado sobre meticulosos dados coletados por Tycho Brahe ao longo de 20 anos de sua vida, abandonou a ideia de órbitas circulares e construiu um modelo centrado no sol com os planetas revolvendo em órbitas elípticas ao redor desse. As Leis de Kepler encontram-se publicadas em "Astronomia Nova" (1609). A precisão empírica mais acurada levou o seu modelo a ser rapidamente aceito entre os eruditos, e entre estes, coube a Issac Newton a responsabilidade