O Desvanecer da memoria
PROGRESSO ESTÉRIL
Vanessa Vasconcelos (Bolsista de Iniciação Científica – CNPq/UFSJ) – vvanvv@msn.com Kety Valéria Simões Franciscatti (Orientadora – DPSIC/LAPIP/UFSJ) – kety.franciscatti@gmail.com O DESVANECER DA MEMÓRIA
A memória pode ser entendida como uma modalidade de representação do individual – naquilo que condiz com conteúdos apreendidos pelos sentidos em um passado remoto – no sistema societário. Sendo esta suporte dos processos de individualização, há a possibilidade deste se apropriar de algo experimentado em algum momento de sua vida, atualizando-se por meio de uma elaboração presentificada daquilo constituído anteriormente e, nisto, refletir sensivelmente sobre os aspectos objetivos e subjetivos que cercam não só a sua existência, mas a de todos. Talvez, em tal movimento, este acabaria por reconhecer suas implicações no fluxo atual das sedimentações coletivistas e esvaziadas de sentido.
Porém, com a intensa multiplicação dos meios técnicos e o – cada vez mais distinto – estado degradativo no qual o homem se encontra, há um evidente deterioramento da substância memorativa excepcional do indivíduo, que, guiado pela ideologia vigente, tornou-se um mero instrumento para a manutenção do sistema capitalista e, portanto, à mercê de suas imposições. Podemos ver a gradativa perda da memória, a partir de sua externalização, com o progressivo surgimento de novas tecnologias que contribuem com esse movimento de uma desnecessidade do resgate reflexivo da memória. Vários exemplos, como máquina fotográfica, gravador, filmadora, até mesmo a escrita, demonstram que o homem está cada vez mais lotado de uma memória artificial, o que faz com que este não precise mais abstrair significações do cotidiano, já que quando houver a necessidade de “lembrar” algo ocorrido em sua vida basta acessar algum arquivo anexado em algum compartimento do computador ou do armário: as “lembranças” estarão da