Mito e filosofia
Mito e Filosofia: Eudoro de Sousa e a Complementariedade do horizonte: sobre uma ontoantropologia/ Fernando Bastos.-Brasília:DF: Editora Universidade de Brasília, 1992. P. 83-89.
Capítulo - IV Horizonte Mítico do Ser.
A verdade entendida como verdade, o descobrimento do que estava oculto junto ao Ser se apresenta, se revelando como razão no racional, perde a luz que o iluminava ficando oculto num mistério sacro mitológico. Entre a verdade e o esquecimento nada se opõe. No entanto, há uma personificação Divina ou personificação de guerra. A verdade vai se deslocando para o esquecimento e assim este deslocamento é recíproco. No horizonte mítico do Ser se revela como razão e verdade. Na mitologia é contado como os deuses morrem no mundo e no homem, assim a mitologia falaria de um mundo que se define pela exclusão de Deus, pela tragédia e sacrifício. Em mitologia é instituído o triângulo da complementariedade e do simbólico, dado forma por deus, homem e mundo ou divindade, sensibilidade e natureza. Da relação das três partes do triângulo conclui-se efetua a ocultação do divino e em consequência disto, vem o aparecimento do homem e do mundo. Por isso a mitologia no livro homônimo será entendida como ocultação dos deuses para haver vida cósmica. E assim de um lado existe uma tragédia e um mundo que se define pela exclusão de deus, mistério e o surgimento do mundo. Os mitos ou mitologia são relatos da cosmogomia, é assim o ritual das origens. O mistério é expressão da morte de um deus que possibilita e leva a vida cósmica e a existência do homem e do mundo. Mito é a morte de um deus, que morre como deus e ressuscita como mundo; ou ainda um mundo é a última e mais espantosa metamorfose de um deus. O aceno divino diacosmiza a mensagem do Deus, e depois do aceno vem o oculto o Deu escondido onde não se ver nem fala só se sabe que existe, como compreender um Deus que reina no oculto? Pergunta o autor de