MITO - LOGOS
O tema Mito - Logos sugere-nos algumas questões: qual o significado de mito? E de logos? Logos é sinônimo de razão? Como relacionar mito e logos (razão)? O racionalista age sempre pela razão? Qual a influência do emocional, do fantasioso e do quimérico em nossas atuações diárias?
A palavra Mito tem um sentido próprio e um sentido vulgar. Vulgarmente, a sua noção está associada à idéia de alucinação, delírio, fantasia difícil de realizar. Propriamente falando, a dimensão mítica do ser humano está vinculada à construção de sentido, sentido este que procura uma explicação para as suas necessidades vitais. Uma dessas necessidades refere-se à criação do mundo e dos seres humanos.
Logos é o nome atribuído a Jesus Cristo, peculiar ao Evangelho de João. Deus considerado como razão, a fonte das ideias na filosofia antiga, e em particular entre os estóicos, como criador que penetra todas as coisas. Verbo divino. Logos significa simplesmente razão.
Os mitos nascem pelo medo ao desconhecido. O ser humano, não sabendo explicar a origem da vida e do mundo, cria o mito. Este lhe dá tranqüilidade à desordem interna. O mito foi a primeira forma de acesso ao conhecimento. Somente depois é que veio a razão.
Pode-se dizer que o mito fundamenta-se na imaginação. A razão, na explicação racional. Há dois mil anos na Grécia antiga, o ser humano começou a questionar o mundo externo, não pela via mítica, mas pela via da razão, pela explicação racional das coisas.
Na antiguidade, o nascimento da filosofia que dava ênfase ao logos tinha por objetivo desconstruir a visão mítica fantasiosa do mundo. O dualismo se fez presente. Assim sendo, o mito é atraso, a filosofia traz o progresso, o mito é treva, a filosofia é luz, o mito é obscuro, a filosofia é clara, o mito é a ignorância, a filosofia o saber, o mito é imobilismo, a filosofia representa o progresso histórico, o mito é simbologia, a filosofia constrói argumentos.
A verdade, porém, é que há uma (co) implicação