Do mito ao logos

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Do Mito ao Logos. Na Idade Moderna, um importante analista semiótico pressupôs que toda narrativa tem uma falta inicial. Algirdas Julien Greimas, em seu livro Du Sens II: Essas Sémiotiques a chama disjunção do Sujeito em relação ao seu Objeto de Valor. A causa das transformações existentes dentro de uma narrativa explica-se na necessidade deste sujeito, inicialmente desvirtualizado, em se tornar um sujeito realizado, ou em um sujeito de ser.
Essa necessidade foge às simples narrativas e aplicam-se à humanidade em sentido real, fato observado desde as soluções pré-antigas para os fenômenos naturais observados pelos povos. Essas explicações, contudo, não constituíam um logos, ou seja, uma sequência lógica de justificação. Isso se deve ao fato dessas sociedades pré-antigas estabelecerem vínculos fortes com a natureza buscando representar suas crenças na mesma. Observado este fato, questionamo-nos: De onde surge a razão, então?
Segundo Cotrim e Fernandes (2010), na história do pensamento ocidental, o pensamento racional surge na Grécia entre os séculos XVII e XVI a.C. e impulsionou a passagem do mito para o racional. Esse processo, porém, não ocorreu de maneira brusca mesmo porque a Grécia era a Sociedade mais desenvolvida mitologicamente da época. Nesse rompimento é que surgem os primeiros grandes filósofos da Grécia e do mundo: Tales, Anaximandro e Anaxímenes, todos da cidade jônica de Mileto que buscavam, em instância máxima, desvendar os mistérios que sondavam todo o Universo e descobrir sua essência, isto é, a “matéria primeira” de tudo que o compõe.
Para Tales (c. 623-546 a.C.), o fato de a água manter sua forma em múltiplos estados e ambientes a tornaria a arché, a substância primordial, presente em tudo o que existe. Já para Anaximandro, discípulo de Tales, o ápeiron, “o infinito, indeterminado”, seria a “massa geradora” dos seres e do cosmo. Anaxímenes, seguidor de Anaximandro considerava a hipótese de todas as coisas serem originalmente indeterminadas, mas a

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