Menoridade
Os autores buscam entender o conceito de esclarecimento e logo afirmam que o esclarecimento tem o objetivo de livrar os homens do medo.
Todo o desenrolar do processo de esclarecimento se dá com base no medo do homem do desconhecido e de sua tentativa de auto-conservação e de sobrevivência.
Adorno e Horkheimer dão como exemplo a imagem do caracol (caramujo), ao sair do abrigo protetor de seu corpo ao encontrar um obstáculo se recolhe imediatamente e, se numa segunda tentativa ele novamente se deparar com o obstáculo, sua nova saída será adiada, ocasionando um atrofiamento dos músculos e desgastando seus sentidos.
Como os autores mesmos dizem: o sentido do caracol depende do músculo, e os músculos ficam frouxos quando se prejudica seu funcionamento, assim dizendo: “O corpo é paralisado pelo ferimento físico; o espírito, pelo medo”.
A menoridade segundo Immanuel Kant
Para Kant o esclarecimento se dá através de um processo racional, onde o homem toma consciência da sua autonomia.
Segundo Kant, todos (homem ou mulher) podem alcançar esclarecimento sobre qualquer assunto, embora a grande maioria não queira praticar ou desenvolver tal condição moral seja por comodismo, oportunismo, medo ou preguiça. Logicamente, em seu processo social de formação, todo indivíduo vive uma situação de menoridade em algum momento ou fase de sua vida. Neste caso, a menoridade é natural, pois se confunde com imaturidade, tal como a imaturidade da semente em relação à árvore que ela pode vir a ser, já que nenhuma pessoa nasce pronta. No entanto, Kant questiona aquelas autoridades (principalmente religiosas) que, através do medo ou do constrangimento, mantenham seus sujeitos em menoridade quando já teriam condições intelectuais de não sê-lo; e ironiza aqueles sujeitos que, por comodismo, oportunismo ou preguiça, viva uma situação de menoridade auto-imposta. Portanto, ser esclarecido não é apenas ter um profundo conhecimento sobre