meninos de engenho
Propriedade do avô materno, o Coronel José Paulino, o engenho Santa Rosa é onde Carlinhos vai conhecer o mundo. Trata-se de um local marcado pelas dualidades, como o bom comportamento do protagonista com os adultos e a peraltice com as crianças. Isso sem contar sua simpatia pelos humildes empregados. Por isso, chegou a pedir ao cangaceiro Antônio Silvino que o levasse com ele para lutar pelos mais pobres.
Universo dos engenhos de açúcar
O romance também relata o amadurecimento emocional de Carlinhos. Apaixona-se primeiro por duas primas, Lili, que falece ainda criança, e Maria Clara, que morava em Recife e foi passar apenas alguns dias de férias no engenho. Com o casamento da tia Maria, o menino passou a ser cuidado pela tia Sinhazinha, bem mais séria e distante.
A repressão o levou a um estado maior de libertinagem, principalmente sexual. Quando contraiu uma doença venérea aos 12 anos, com Zefá Cajá, a família decidiu enviá-lo a um colégio interno, encerrando o livro, marcado pelo universo sócio-econômico dos engenhos de açúcar, como o misticismo, a religiosidade popular, o cangaço e a atmosfera de decadência de um império econômico.
Muito mais do que uma narrativa estruturalmente delineada, a obra apresenta uma reunião de flashes do passado do próprio autor. Há um notório clima de saudosismo na forma de narrar os episódios. E isso o distancia, por exemplo, de textos de maior crítica social, como "São Bernardo" ou "Vidas Secas", de Graciliano Ramos.
Canto de saudosismo
Criança da cidade, asmática e mimada pelo histórico familiar complicado, Carlinhos passa boa parte do tempo sozinho, caçando passarinhos e aprendendo a se