menino do engenho
O pai então é levado para o presídio. Era uma pessoa nervosa, um temperamento excitado, “para quem a vida só tivera o seu lado amargo”. Num momento de desequilíbrio, matara a esposa com quem sempre discutia. O narrador o recorda com saudade e ternura. O narrador lembra também, com ternura e carinho, a mãe tão precocemente ceifada pelo destino. Recorda as suas carícias, a sua bondade, a sua brandura. “Os criados amavam-na”. Era filha de senhor de engenho, mas “falava para todos com um tom de voz de quem pedisse um favor”.
Um mundo novo espera o narrador. “Três dias depois da tragédia, levaram-me para o engenho do meu avô materno. Eu ia ficar ali morando com ele”. Conduzido pelo tio Juca, que viera buscá-lo, encanta-se com tudo que vê: tudo é novidade naquele mundo novo. A imagem que sempre fizera do engenho era a “de um conto de fadas, de um reino fabuloso”. À primeira vista, a realidade ia comprovando fantas.O tio Juca leva o menino para o engenho do avô materno. Inicia-se a Segunda infância que vai até a puberdade. Há rápidos flagrantes: a viagem de trem, a chegada ao engenho, o tio Juca, a tia Maria (irmã de sua mãe), avô José Paulino, os primos, a prima Lili, os moleques, o moleque Ricardo, o banho de rio, o leite mungido, a primeira visita ao engenho, os meninos e os banhos ruidosos, proibidos, as brincadeiras e as traquinagens, o retrato da tia Sinhazinha, brutal e arbitrária, a presença do cangaço no amigerado Antonio Silvino, a visita aos engenhos vizinhos, o primeiro castigo da tia Sinhazinha, a revolta contida do órfão, a enchente, a escola, a professora,