Menino Do Engenho
No dia 3 de junho de 1901 nasce José Lins do Rego no Engenho Corredor, município de Pilar, no Estado da Paraíba. José Lins escreveu Menino de Engenho situando-o no apogeu dos engenhos de açúcar, é uma obra que descreve o mundo rural do Nordeste, ligado às senzalas e ao mundo dos senhores de engenho. O processo de modernização que o Brasil passava na década de 1930 iria influenciar significativamente a vida dos engenhos. A mecanização da produção fez com que houvesse um declínio dos engenhos e com que eles se transformassem em usinas. A atividade açucareira foi durante muito tempo o pilar sobre o qual a economia colonial se sustentou. Foi desenvolvida principalmente na Zona da Mata, no litoral Nordestino, que oferecia condições naturais favoráveis ao cultivo de cana-de-açúcar, produto que obtinha grande aceitação no mercado europeu e que garantia alta lucratividade. A extração da cana necessitava de um grande contingente de mão-de-obra e foi a partir dessa necessidade que uma grande quantidade de escravos africanos passou a trabalhar nos engenhos, propriedades destinadas à cultura e produção de açúcar.
A vida no Engenho: um sistema patriarcal Quando o personagem passa a fazer parte do engenho, e também quando é iniciado no sistema de patriarcado rural, do qual seria membro a partir de então, como herdeiro do avô. Para que começasse a fazer parte desse sistema, ou desse “mundo novo” que se abriria, era preciso que fosse iniciado nesse sistema. Pouco a pouco, o menino começava a fazer parte desse mundo, que não é só o do engenho, mas também o do sistema patriarcal. Dessa forma, teria seus privilégios como herdeiro desse sistema, mas teria também suas obrigações, uma das quais, o ficar matuto, apegar-se à terra, às suas tradições, para poder dar continuidade a esse sistema. Mas o autor vai introduzir uma oposição entre o moderno e o arcaico. Com efeito, nas regiões de engenho, as