O principal conceito desenvolvido por este geógrafo foi o de habitat, que diz respeito a uma área do planeta habitada por uma comunidade que a organiza. Trata-se assim, de uma construção humana, uma humanização do meio que expressa as múltiplas relações entre o homem e o ambiente que o envolve. (Op. Cit., 1999). Com base neste apanhado sobre a obra de Max. Sorre, pode-se constatar que a geografia produzida por este autor é a Ecologia do homem, ou seja, trata-se da relação dos grupos humanos com o meio em que vivem, em um processo de contínua transformação deste meio pelo homem. Por conseguinte, as condições do meio geográfico, resultante da ação dos homens, seriam diferentes das do meio natural original (Idem, 1999). Para o autor, a atividade humana se desenvolvia inserida em três grandes planos: o físico, o biológico e o social, que, enquanto condicionantes e condicionados pelo homem, eram pertinentes à ciência geográfica. A pesquisa sobre estes planos tinha que ser permanente, porquanto a relação entre eles ser dinâmica. E o fato geográfico também o é. (CAMPOS, 2004). Para Sorre (1984, p.116), “participar de uma vida de relações extensas cria esta atmosfera para a qual foram criadas as palavras ‘civilidade’ e ‘urbanidade’”. Segundo ele, para os olhos de um geógrafo, a cidade não é um acidente da paisagem, “seus traços fisionômicos são a expressão concreta e durável do gênero de vida urbano, dominado pela atividade da circulação, oposto aos gêneros de vida rurais”.(Idem,1984). A obra de Max. Sorre foi, sem dúvida, a segunda mais importante formulação da geografia francesa, pois tratou-se de uma reciclagem da geografia humana proposta por Vidal de La Blache, proporcionando uma retomada e um enriquecimento das teorias vidalinas – no sentido de proporcionar um conhecimento geográfico global e unitário -, mantendo porém, fidelidade à essência possibilista (MORAES, 1999). Não se pode também esquecer, como afirma Milton Santos (2002, p. 35), que Max. Sorre foi o