Marxismo - concepções político-ideológica de marx
A obra de Karl Marx não surge, na cultura e na história ocidentais, por acaso. Ela é resultante de contexto sócio-político determinado. É uma resposta aos problemas da sociedade burguesa e uma proposta de intervenção que tem como centro a classe operária. Com efeito, o autor pretende através da fusão de todo patrimônio cultural existente até ele com a intervenção política do proletariado, um modo novo de ver a sociedade burguesa: compreendê-la para suprimi-la!
Isso porque a revolução industrial engendrou uma crise social que atingiu níveis gigantescos. A permuta do homem pela máquina, na mesma medida em que majorava a produção, gerava uma grande quantidade de desempregados. Concorrendo com as fábricas, os artesãos faliam prontamente. Por ser o trabalho operário um exercício mecânico de alguma atividade, que não exige técnica, nem raciocínio, logo se constatou que a utilização de mulheres e crianças seria extremamente vantajosa, já que mais barata. As horrendas condições em que trabalhavam só poderiam ter como conseqüência a enorme mortalidade infantil e sua desnutrição. Além disso, ao se processar a divisão social do trabalho, separam-se aqueles que pensam, daqueles que agem. Daí que “a segmentalização do trabalho acabou por dividir também o saber do trabalhador”.[1]
Nesse contexto, a partir do modelo teórico proposto pelo autor quanto à compreensão da sociedade, apresenta-se o seguinte problema: embora não se possa estabelecer uma teoria geral do Direito em Marx[2], é possível se chegar a um conceito do que o autor entende ser o fenômeno jurídico. E, assim, propõe-se no presente estudo o encaixe do Direito e do Estado em sua teoria epistemológica, apresentando uma proposta de superação da dogmática normativista, da lógica formal e de todo um universo rígido de normas.
Karl Marx defende a ideia do materialismo histórico-dialético. Sob tal perspectiva, pretende-se analisar a realidade do mundo capitalista burguês do século XIX, percebendo como a