marc auge
Os conhecimentos que adquiriu em África, assim como nas viagens pela América Latina e pela Europa, permitiram-lhe pensar de outra forma a Antropologia. É então, que nos anos 80, que Marc Augé desenvolve, a partir da observação do mundo contemporâneo, um trabalho antropológico sobre a cidade e o quotidiano. Marc Augé é autor de múltiplos estudos, dos quais foram publicados em Portugal: Os domínios do parentesco, Construção do mundo, Para que vivemos, entre outros.
O texto que aqui iremos apresentar é um excerto da obra mais divulgada, de Marc Augé, Não Lugares – Introdução da antropologia da sobremodernidade, editada pela primeira vez em 1992.
Nesta obra, o autor propõe-se a descrever uma antropologia da sobremodernidade, a explorar a dicotomia entre lugares e não -lugares e a designar uma nova noção: a de etnologia da solidão.
O tema do texto centra-se nos conceitos de lugar e não-lugar e na noção de modernidade e sobremodernidade.
O objectivo do autor é alertar os antropólogos clássicos para se centrarem mais no estudo das sociedades contemporâneas trazendo-lhes um conceito inovador que é a existência de não-lugares.
A hipótese que o autor aqui defende é a de que a sobremodernidade é a produtora de não-lugares, ou seja, de espaços que não são lugares antropológicos.
Assim, primeiramente iremos abordar alguns conceitos que achámos serem os principais focos deste texto. São eles: espaço, lugares e não-lugares (caracterização e distinção), lugares imaginários, sobremodernidade e modernidade.
Estes conceitos relacionam-se com a realidade que nos rodeia e com as relações interpessoais que nela ocorrem.
Segundo o autor, “espaço” caracteriza-se por ser um “termo eminentemente abstracto”, logo mais difícil de