maquiavel
A política, para Maquiavel, tem como base conquistar e manter o poder e autoridade, para tanto, se faz necessário ser calculista. A sua teoria política não continha princípios éticos, tal qual a moral e nem incluía a religião, a não ser que essas tivessem papel importante na conquista e manutenção do poder. O valor mais importante, segundo Maquiavel, é a virtú, que seria a capacidade do indivíduo de se impor em momentos difíceis, sendo isso a junção do caráter, cálculo e força (extremamente necessário na construção do poder), e para ele o fim justifica os meios. Maquiavel considerava legitimo o uso da força (ou violência), contra quem ameaçasse os interesses do Estado.
As ideias de Maquiavel sobre política iam contra as de Hannah Arendt, que defendia que a política é o local do espaço entre o discurso e a ação e que a liberdade e sua prática se constituem na coletividade, ou seja, no espaço da política. Hannah trabalhava a partir do conceito aristotélico de que a liberdade é a razão de ser da política, que se estabelece no espaço da possibilidade do discurso e a ação. Para ela, liberdade e política se associam à capacidade do homem agir, portanto, não se dão de formas separadas. Ao contrário de Maquiavel, ela defende que a ação política não é meio para alcançar nenhum fim, é sinônimo de liberdade, problematizando a ligação da política com a violência.
Referências Bibliográficas
DUVERGER, Maurice. “Ciência Política: teoria e método”. Rio de Janeiro: Zahar, 2ª edição, 1976. (pp 9-39)
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. [várias edições].