maquiavel

Em uma Itália desestruturada, fragmentada em pequenos Estados, com variados sistemas políticos, econômicos e culturais, tornava-se muito difícil uma união para assim fortalecê-la e torná-la um Estado forte e centralizado, o que traria assim um maior desenvolvimento. É a partir destes acontecimentos vivenciados por Maquiavel, que o levaram ao estudo de uma obra que permitisse ajudar o “príncipe” a partir de acontecimentos vividos no passado e sua experiência administrativa na Segunda Chancelaria. “O Príncipe mostra-se como uma tentativa de dar respostas eficazes aos problemas florentinos, moldadas tais soluções a partir de uma idéia de estado que trouxesse estabilidade política à Itália.”
A busca de um Estado que pudesse ser real, vivido e não imaginado, que nunca existiu, faz com que Maquiavel rompa um modelo de teoria política idealizada (verdade efetiva) e não imaginação. Sua preocupação é sempre o Estado, e seu ponto de partida e chegada é sempre a realidade.
Em seus estudos baseados nos homens da antiguidade clássica, ele pode observar traços imutáveis. Estes mostrando como “os homens são ingratos, volúveis, simuladores, covardes, ante aos perigos ávidos de lucro”. (O Príncipe, Cap. 17).
Frente a esta análise do passado Maquiavel vê uma forma de extrair as causas e os meios utilizados para enfrentar o caos resultante da expressão da natureza humana. Em síntese, o agir da natureza humana é imutável. O homem não presta porque vive sobre desejos, só a desejo na falta, o que torna uma busca incessante.
Para ele um dos fatores de instabilidade em todas as sociedades é a presença de duas forças opostas. De um lado um povo não querendo ser oprimido pelos grandes, do outro lado os grandes oprimindo o povo. Com isso, deve-se então buscar as estabilidades das relações a partir e uma correlação de forças, porque o importante é a estabilidade do Estado. Sendo principado e a república a resposta ao caso concreto.
O principado é necessário, pois é um governo forte,