Maquiavel e o governo Putin
Há 12 anos Vladimir Putin está no governo russo direta ou indiretamente. Para manter-se próximo ao poder por tanto tempo, Putin elaborou um esquema de “revezamento” com seu parceiro político Dmitri Medvedev de forma que, a cada eleição, um deles seja eleito como Presidente tendo o outro como seu Primeiro-Ministro.
O esquema é quase que explícito, no entanto, Putin permanece (ou permanecia até pouco tempo atrás) intocável para a população russa. Tal fato se deve á situação que o país vivia antes da ascensão dele ao governo. O antecedente de Putin no governo foi Bóris Yeltsin. Notório bêbado e governante inapto (para não dizer inútil) fez os russos virarem motivo de chacota mundial.
As quedas de Yeltsin do palanque quando aparecia embriagado em público fizeram apenas agravar a situação moral que o povo russo sofria. O país também se via afundado em uma das piores crises econômicas da história.
Assim, quando a nação encontra-se ameaçada de deterioração, quando a corrupção alastrou-se, é necessário um governo forte, que crie e coloque seus instrumentos de poder para inibir a vitalidade das forças desagregadoras e centrífugas. (Os Clássicos da Política Vol. 1. WEFFORT, Francisco C. Editora Ática pag. 20)
Essa descrição de um governo forte poderia ser usada para descrever o governo Putin precisamente. Sucedendo Yeltsin, Vladimir, que já havia sido diretor da KGB e Primeiro-Ministro no governo do próprio Yeltsin, aproveitou-se da fortuna que aquele momento político lhe oferecia e assumiu o país com mãos de ferro.
Sua figura de herói intocável começou a ser montada quando ele foi bem sucedido em tirar a Rússia da crise econômica em que se encontrava. Graduado em Economia e com uma tese de doutorado intitulada “Como tornar a Rússia próspera economicamente através da energia”, Putin usou da tática de manter a Europa dependente do gás natural que os russos tinham capacidade de prover para fazer do seu país uma potência