MAQUIAVEL, Nicolau. "O Príncipe". In: Os Pensadores (Maquiavel), São Paulo, Nova Cultural, 1999.
Introdução
Carlos Estevam Martins(p.5)
A "Nova Ciência Política", de Maquiavel (1469-1527) - história e psicologia, mais que instrumentos teóricos são guias de ação da arte de governar:
p.16 - "Não se trata de estudar o tipo ideal de Estado, mas compreender como as organizações políticas se fundam, se desenvolvem, persistem e decaem".
p.16 - "Esse exame que se pretende puramente empírico depende, contudo, de duas coordenadas teóricas básicas: uma filosófica e uma explicação da psicologia humana". p.17 - "Tal concepção do acontecer histórico complementa-se com uma compreensão da psicologia humana. Maquiavel conclui, por meio do estudo dos antigos e da intimidade com os potentados da época, que os homens são todos egoístas e ambiciosos, só recuando da prática do mal quando coagidos pela força da lei. Os desejos e as paixões seriam os mesmos em todas as cidades e em todos os povos".
Os fins justificam os meios: Rômulo, por exemplo, que matou o irmão, tinha um fim "moral". Os seus "motivos" eram bons: dividiu o governo com o Senado e criou leis que ele mesmo cumpriu. (pp.21/22)
Interpretações do Maquiavelismo: Rousseau (1712-1778): "Rousseau sublinha a profundidade das convicções republicanas de Maquiavel, que teria sido obrigado pelas circunstâncias a disfarçar o amor pela liberdade, simulando dar lições aos reis, quando na verdade as dava ao povo". (p.25)
Diderot (1713-1784): "Diderot sustenta ser O Príncipe uma sátira, entendida equivocadamente como elogio".(p.25) 1
Voltaire: "Estranhamente, o julgamento de Voltaire (1694-1778) será negativo, tendo inspirado a Frederico II da Prússia (1712-1786) a redação do Anti-Maquiavel, crítica que pretendia ser uma rejeição radical do amoralismo em política". (p.25)
Risorgimento - movimento de unificação italiana do século XIX - transforma Maquiavel em herói nacional. (p.25)
Mussolini (1883-1945): "o