mandioca
0021-7557/00/76-Supl.3/S311
Jornal de Pediatria
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ARTIGO DE REVISÃO
Hipovitaminose A e xeroftalmia
Vitamin A deficiency and xerophtalmia
Alcides da Silva Diniz1, Leonor Maria Pacheco Santos2
Resumo
Abstract
Objetivos: O presente artigo se propõe a realizar uma revisão sobre a hipovitaminose A e os efeitos da suplementação com essa vitamina na morbi-mortalidade infantil.
Métodos: Foram utilizados, como fontes de dados, artigos publicados em revistas científicas indexadas, livros técnicos e publicações de organismos internacionais.
Resultados: As manifestações clínicas da xeroftalmia ocorrem tanto na retina (cegueira noturna) como na conjuntiva e na córnea
(xerose conjuntival, com ou sem manchas de Bitot e xerose corneal).
A última pode evoluir para a úlcera corneal e para a necrose liquefativa (ceratomalácia). Esses sinais e sintomas são, a priori, os melhores indicadores no diagnóstico da carência, porém são extremamente raros. Entre os indicadores laboratoriais destacam-se a
Citologia de Impressão Conjuntival e as dosagens de retinol sérico.
A OMS sugere a utilização de dois indicadores biológicos para caracterizar a deficiência de vitamina A numa população. No caso de apenas um indicador biológico, esse deve ser respaldado por um conjunto de quatro fatores de risco adicionais. A xeroftalmia corneal deve ser tratada como uma emergência médica; no momento da suspeita diagnóstica, o esquema terapêutico é 200.000 UI de vitamina A via oral, repetindo-se o tratamento com 24 horas (metade da dose para os menores de um ano). A suplementação com vitamina A em áreas onde a deficiência é endêmica pode levar a uma diminuição de 23% a 30% na mortalidade de crianças de 6 meses a cinco anos de idade, bem como atenuar a gravidade da diarréia. Dentre as estratégias de controle da hipovitaminose A, são apresentadas as medidas de