Com as mudanças sociais e culturais surgiram novos modelos familiares, provocando o luto da família idealizada. A família e seus integrantes passam ou passarão por situações de perda, sejam estas naturais ou não-naturais. A realidade brasileira, por sua vez, amedronta e torna essa questão cada vez mais próxima: violência, homicídios, acidentes automobilísticos, dentro outros. Contudo, estamos habituados à institucionalização da morte, distanciando-a da nossa família e transformando-a em tabu. A morte passou então a significar fracasso na contemporaneidade (Franco, 2007). No ambiente terapêutico é de fundamental importância abordar o tema luto nas terapias familiares. O terapeuta deve compreendê-lo e contextualizá-lo. Segundo Bowlby (1997), o luto é uma resposta ao rompimento de um vínculo significativo para o indivíduo. Quando as perdas ocorrem em uma família, o processo de luto vivido por cada integrante poderá não ser consonante, pois as perdas afetam cada um a seu modo. Quanto às diferenças nas reações individuais às perdas, há duas classificações: o luto crônico, prolongamento indefinido nas reações de luto e o luto inibido, em que não há reação ao longo do tempo. A distinção entre ambos poderá ser feita na temporalidade, já que as reações podem surgir a qualquer momento. Os autores classificam também o luto normal, referindo-se a um “padrão” de intensidade e duração dos fenômenos. Diversas reações podem ocorrer no processo de luto, tais como raiva, ansiedade, pensamentos intrusivos, etc., sendo que cada indivíduo da família pode ter posturas diferentes. Entretanto, tem-se, freqüentemente, uma visão negativa da conseqüência do luto nas famílias e, na verdade, nem sempre é assim, pois há também uma funcionalidade do luto, um processo considerado saudável, normal ou funcional, permitindo uma nova organização do sistema familiar a partir da perda. Assim também como existe o luto disfuncional.