Livre Comercio
No início do livro intitulado; Quem ganha e quem perde com o livre comércio nas Américas, é feito uma amostra rápida sobre a realidade dos acordos de livre comércio. Os autores Kjeld Jakobsen e Renato Martins tem como objetivo principal dar uma contribuição a este debate, onde não é suficiente simplesmente combater a ALCA, mas sim é necessário criar um modelo de integração democrático para a complementação econômica e a superação das imensas desigualdades sociais e econômicas existentes entre os países do continente americano.
A ALCA é na verdade algo muito mais do que apenas eliminações tarifárias e não tarifárias; tendo seus acordos desconhecidos do grande público, a ALCA nos mostra sua natureza secreta quanto a abrangência dos temas nela incluídos e isso nos causa imensa preocupação, pois para quem conhece mais a fundo sobre o assunto observa que esta terá conseqüências econômicas, sociais, trabalhistas, ambientais e culturais de uma forma catastrófica para os países ditos de terceiro mundo.
O nosso pensamento é direcionado para questões como, o que pensar de um acordo que pretende estabelecer disciplinas comerciais e de concorrência entre os Estados Unidos, a maior economia do planeta, e o Haiti, um dos países mais pobres do mundo, sem mecanismos que visem a superação das enormes desigualdades existentes. Até mesmo para o governo brasileiro não é interessante entrar em um acordo como este, pois ficaremos em situação de inferioridade para competir com as indústrias norte-americanas devido a nossa estrutura industrial e agrícola com níveis de integração produtiva, desenvolvimento tecnológico e escalas de produção. Mesmo do ponto de vista comercial não existe qualquer vantagem, e um exemplo disso é a disputa entre a Embraer e a Bombardier no mercado de aeronaves, ou a luta com as multinacionais do setor farmacêutico, nem os canadenses nem os americanos e nenhuma multinacional originária de qualquer país desenvolvido aceita negociar