Linguística - Sobreposição de falas (análise da conversa)
Disciplina: Linguística IV.
Professora:
Alunos:
A sobreposição de falas na conversa cotidiana: disputa pela palavra?
Larissa Minuesa Pontes Marega (UEM)
Neiva Maria Jung (UEM)
Introdução
O objetivo do artigo de Larissa M. P. Marega e Neiva M. Jung, é observar a conversa entre três amigas de longa data: Júlia, Lívia e Melissa¹, que estudaram e cresceram juntas e que se reuniram no quarto de uma delas após um almoço para conversar. Na conversa em questão, um fenômeno apareceu repetidas vezes – a sobreposição de falas. Dessa forma, levantamos a seguinte hipótese para essa recorrência: considerando que, na conversa cotidiana, as sobreposições são mínimas, a sua recorrência nessa fala-em-interação evidencia uma disputa pela palavra entre as participantes.
¹Para resguardar a verdadeira identidade das participantes dessa interação, utilizaram-se, neste artigo, nomes fictícios.
1. Algumas considerações sobre a fala
Atualmente, estudiosos se debruçam sobre o uso efetivo da fala, observando a sua produção e organização. Nesse sentido, surgiram pesquisas voltadas para a conversa cotidiana que evidenciam como esta é organizada socialmente. Em 1974, Sacks, Schegloff e Jefferson publicaram um artigo considerado referência para o estudo da conversa, em que estabeleceram uma descrição minuciosa da organização que rege a tomada de turnos na conversa cotidiana.
Garcez (2008) afirma que existem diferenças teóricas e metodológicas entre as duas correntes que atualmente estudam a conversa, a saber: a Análise da Conversa Etnometodológica (ACE) e a Análise da Conversação (AC). A primeira objetiva descrever os procedimentos usados por quem conversa para produzir o próprio comportamento e para entender e lidar com o comportamento dos outros, ou seja, o interesse inicial não está na linguagem em si, na sua descrição, mas na articulação dos métodos de ação social humana (análise da conversa socialmente organizada) segundo a