Liberdade e Subimissão
INTRODUÇÃO
O conceito de liberdade e submissão foi entendido e usado de maneiras muito diversas em contextos muito diferentes, desde os gregos, mesmo antes deles, até os tempos atuais. Para objeto de nosso trabalho não vamos fazer a história deste conceito, nem mesmo as diferenças que ele apresenta em cada sistema em que estivermos trabalhando, uma vez que o amadurecimento da obra de um autor o faz modificar suas perspectivas. Por exemplo, Reich enquanto psicanalista e Reich do último período, certamente pensou coisas diferentes sobre liberdade. Trabalhar o conceito sem utilizar suas mudanças, o que implicaria uma trama conceitual maior e muito mais complexa ultrapassando o tempo e o tema do presente trabalho; destinamo-nos a fazer um sucinto passeio pela noção de liberdade, em Reich, Espinosa, Nietzsche e no Zen Budismo.
1.0 Liberdade
"Um homem, é primeiro, o pranto, o sal, o mal,o fel, o sol, o mar - o homem.
Só depois surge a sua infância texto, explicação das aves que o comem.
Só depois antes aparece ao homem." Paulo Mendes Campos, Infância
"A significação do mundo, talvez irrompa antes mesmo da codificação
lingüistica, com que o recortamos, os significados já estão sendo desenhados
na própria percepção/cognição da realidade."
Este é um plano de composição da natureza, onde uma certa liberdade se movimenta, onde as palavras ainda não fizeram o exercício do seu domínio. Onde a realidade da natureza humana e da natureza, guardam um eixo comum de comunicação. as palavras contam a história da realidade e da domesticação das forças: emoção, intuição, percepção, que inseridas no seu contexto mais primitivo e bruto exploram o universo de outras maneiras. O eixo perceptivo de uma criança é maior que o de um adulto, ela percebe uma maior quantidade de informações e também está mais próxima a elas do que o adulto.
Os afetos e os perceptos, criam formas de organização do mundo, territórios, passeiam pelo mundo das formas,