legalização do aborto
“No Brasil o aborto é permitido, quem não tem o direito de fazer é a mulher pobre”....( Dráuzio Varella)...esta afirmação nos coloca em uma necessária reflexão.
Entre os discursos que defendem a não legalização do aborto, encontramos em sua maioria questões ligadas à moralidade. Vejamos alguns: Sou contra porque o feto tem direito à vida; sou contra porque a mulher tem que se cuidar; fez, agora tem que assumir; defendo à vida; ......a questão principal não é se você é contra ou a favor, a questão principal é o acesso a um procedimento só concedido ás mulheres que possuem recursos financeiros. Quando dizemos que queremos a legalização do aborto, estamos dizendo que queremos que todas as mulheres tenham acesso a este procedimento. Sem custos, sem crime, sem julgamentos, sem violências institucionais, sem mortes. Sem estas estatísticas assustadoras, por serem elas reais. Cinco milhões de mulheres brasileiras já realizaram pelo menos um aborto na vida. Mas somente as pobres as negras e as jovens, do campo e da periferia das cidades são criminalizadas por isso.
Queremos que todas as mulheres, TODAS, possam usufruir com liberdade do direito de ser mulher e poder, com isso, abrir mão de funções biológicas de seu corpo, que afinal, é seu! Nenhuma lei pode constranger uma mulher a ter um filho contra sua vontade.
Será?
No Brasil, não temos na prática um estado laico como nosso vizinho Uruguay e não conseguimos vislumbrar num futuro próximo alguma mudança que acarrete em aprovação de leis mais progressistas. Não temos companheiras e companheiros. Perdemos todos com isso. Perdem nossas filhas e filhos, nossas irmãs, companheiras de luta, nossas mães, tias, colegas. Perdemos todas nós brasileiras. Nosso corpo é em última instância território do estado.
Mesmo que façamos diariamente nossas abordagens e tentemos com isso convencer sobre a importância do aborto, legal, seguro e gratuito é difícil desmistificar o