kasher
As tradições da comunidade judaica têm se mantido por séculos. Da celebração dos dias sagrados aos cuidados dedicados à alimentação, esse povo cultiva laços religiosos e culturais.
Festas como a Pessach, a Páscoa, são repletas de simbologias relacionadas aos alimentos. A data, celebrada em 5 de abril, relembra a fuga dos judeus da escravidão no Egito, há mais de 3 mil anos.
Conta a tradição que eles não tiveram tempo de esperar a massa do pão crescer antes de fugir. O pão fino e seco, chamado matzá, é o único alimento que os judeus praticantes consomem durante os oito dias da Pessach. Nessa celebração há também outras tradições, como a mesa enfeitada com ervas amarga que simbolizam o sofrimento e a água salgada para lembrar as lágrimas dos judeus durante a escravidão.
Faz parte das práticas judaicas se alimentar apenas de comida kasher – que em hebraico significa apropriado, adequado –, pois o povo judaico acredita que o alimento nutre não apenas o corpo, mas a alma. De acordo com o site Chabad.org, da Chabad-Lubavitch, instituição mundial de fomento à cultura judaica, a energia divina no alimento é a verdadeira fonte de sua capacidade de sustentar e nutrir o corpo.
A comida kasher não é um tipo específico, assim como a italiana ou a francesa, pois os judeus vieram de várias partes do mundo. O termo refere-se aos preceitos que devem ser seguidos durante seu preparo. A partir daí o cardápio pode ir dos alimentos tradicionais da culinária judaica a pratos típicos orientais, mexicanos, italianos.
Vantagens nutricionais
Afora as tradições, a forma como o judaísmo enxerga os alimentos também traz algumas vantagens do ponto de vista nutricional. "Quando pensamos no passado, em que não havia refrigeração e técnicas adequadas de conservação dos alimentos, os preceitos judaicos além de ter finalidade religiosa, acabavam contribuindo para a boa saúde", diz Luci Uzelin, nutricionista e coordenadora do Serviço de Alimentação do