Alimentação eleva à alma. Uma das primeiras necessidades humanas é a alimentação e acompanha o ser humano, mantendo-a na sua permanência fisiológica. É também uma de suas primeiras formas de sociabilidade , desde do nascimento, passando por merendas escolares, almoço em família, jantares românticos, comemorações de aniversário, jantares de negócios... Há uma dimensão passada pela alimentação em que o vinculo é criado entre homens e divindades, a dimensão da espiritualidade. Na maioria das religiões o ato de comer esta relacionado a sua pratica, no candomblé que é uma religião afro-brasileira, em que são cultuadas diversas entidades, normalmente ancestrais divinizados ( orixás) e na qual uma das principais ligações dos homens com estas divindades são as oferendas e sacrifício. Os membros do Candomblé tem sua alimentação diferenciada de acordo com o período da vida religiosa que esta passando e o orixá de quem é filho que determina o que pode ou não comer, nesta pratica alimentar ( religiosa) estão interligados ao rito e o mito, a origem a tradição, onde se encontram mitificados nas histórias dos Orixás , nas guerras, seus nascimentos, doenças, amores, casamentos. Dividir o alimento com os deuses é ter a insigne hora de comer com eles, garantindo, dessa forma, a presença dos Orixás em nossas vidas e da refeição em nossa mesa. Ao preparar as comidas de santo, deve-se observar os tabus de cada um deles. Por exemplo, o azeite de dendê nunca deve ser oferecido a Oxalá, o mel é proibido a Oxóssi, o carneiro não pode sequer entrar em uma casa consagrada a Iansã etc. Os filhos de santo devem observar todas as quizilas dos seus Orixás e, sendo parte do Orixá, também não podem consumi-las. A ijoyé encarregada de preparar as comidas dos Orixás é a Ìyá Basé, um cargo outorgado apenas a mulheres de grande sabedoria e respeito junto à comunidade. Ela é a mãe que conhece todos os segredos da cozinha e que sabe que o principal ingrediente