Juventude e cultura
Falar de participação juvenil remete-nos às lutas dos movimentos sociais organizados que mobilizaram a sociedade brasileira em prol da redemocratização do país. O termo juventude é um conceito relativamente novo para o estado brasileiro, filho das mobilizações sociais realizadas nas ruas de todo o Brasil pelo povo sedento de liberdade. Para apresentar o debate sobre a atuação política da juventude, primeiro é preciso apresentar um diagnóstico da situação do jovem no Brasil hoje e compreender quem são os jovens e suas necessidades e demandas.
No Brasil a terminologia “juventude” no campo das ações públicas vem sendo utilizada recentemente, já que tivemos um movimento desde a década de 80 por ações no campo da criança e do adolescente que levaram a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Entretanto, o ECA abrange a adolescência como o período dos 12 aos 18 anos, com um víeis de proteção social e deixa um período significativo fora de sua ação: as experiências peculiares da juventude após os 18 e até a conquista de autonomia.
Quando começa e quando termina a juventude? Primeiro se é adolescente e depois jovem, ou essas são fases simultâneas da vida? Não existem respostas únicas para essas perguntas. Para a Organização Internacional da Juventude (OIJ), os limites estão entre 15 e 24 anos, parâmetros geralmente usados nos estudos sobre a população. Entretanto, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a juventude é um processo sociocultural, marcado pela preparação para vida adulta, delimitado em termos de idade entre os 15 e os 19 anos. Buscando outra leitura Luís Antonio Groppo (2000, p. 13-14) afirma que cada termo refere-se a um tipo de transformação que o individuo passa nessa fase da vida. Assim, as ciências médicas criaram o termo “puberdade”, para se referir às transformações no corpo da pessoa que era criança e está se tornando madura. Já o termo