seminario sobre sociologia
Estudar a juventude é conhecer a sociedade e poder pensar em seus rumos, escreve Helder Quiroga, novo colunista de CartaCapital
Nunca a população jovem foi tão expressiva no Brasil como nos dias atuais. Em atenção a esse fato, surgiu a parceria entre a Carta Capital e o Contato - Centro de Referência da Juventude (ONG Contato), e, como fruto dessa parceria, um novo espaço, dedicado ao debate sobre as promissoras articulações entre juventude e cultura na contemporaneidade.
Trata-se de um tema estratégico para o Brasil. Segundo a antropóloga Regina Novaes, especialista no tema, estudar a juventude é conhecer a sociedade e poder pensar, inclusive, em seus rumos. Dados do Censo de 2000 apontam que a juventude já compreende um quarto da população brasileira, representando 50.241.785 de pessoas entre 18 a 34 anos (faixa etária utilizada em países como Espanha e Cuba).
A juventude foi considerada, durante muitos anos, um segmento social de segunda ordem no Brasil e no mundo. Após os anos 40 e 50, movida por grandes transformações, conquistou pela primeira vez o direito de ser jovem, redefinindo estilos de vida, formas de atuação política, e passando a defender ideais como amor livre, autonomia social, independência econômica e revolução cultural.
Nas décadas que se seguiram, o termo juventude ganhou ainda mais força, mais expressividade e diretamente relacionado a diversidade cultural, por suas formas de pensar, pelas diferentes linguagens, por novas formas de atuação político-social, e por novos comportamentos.
Segundo a pesquisa “Sonho Brasileiro”, realizada pelo Instituto Box 1824 com 2.900 jovens, essa nova geração já busca se afirmar no mundo a partir de práticas solidárias para transformar a realidade. Dos jovens entrevistados, 77% acreditam que seu bem-estar depende do bem-estar da sociedade onde vivem.
Basta ver que elementos apontados como fortes campos de atuação solidária da juventude estão na área da Cultura (31%), Meio