Juventude desiludida.
É preocupante vermos se distanciar da prática política a melhor das virtudes próprias da juventude – o idealismo
Quem se interessa por política neste país? Os jovens, seguramente, não – como demonstra a sondagem que o Instituto Paraná Pesquisas fez a pedido do caderno Gaz+ deste jornal, com resultados publicados no sábado passado. Dos 305 jovens entre 16 e 24 anos entrevistados, mais da metade deles obteve o título de eleitor já aos 16 anos – idade mínima prevista na legislação para ter direito a votar –, fato que, em tese, demonstraria o interesse da juventude em participar do processo político-eleitoral. Entretanto, contrariando a tese, a mesma pesquisa informa que 53% desses jovens eleitores dizem não devotar o mínimo interesse pela política.
O resultado da pesquisa não espanta, principalmente quando comparado a outras que indicam estarem os políticos e suas instituições, como o Congresso, entre os mais desacreditados pela população. É o que dizem quase todas as sondagens que buscam medir o grau de respeito e acatamento dos brasileiros diante das instituições. Ou seja, o desinteresse pela política, pelos políticos e, consequentemente, pelas eleições afeta universo muito mais amplo que o representado pela faixa mais jovem da população.
Mas tão importante quanto medir a quantidade dos desinteressados é conhecer as causas de tal alienação – algo, porém, que dispensa a formalidade das perguntas a que costumam ser submetidos os entrevistados dos institutos de pesquisa. Basta-nos constatar que, de modo geral (claro, há exceções que não devem ser esquecidas), nossos políticos e a política merecem o descaso que se lhes devota. A crônica diária, registrada nos meios de comunicação, é suficiente para demonstrar que eles não representam os anseios da sociedade por honestidade, competência, compromisso com o interesse público, respeito à legalidade e à moralidade que deles se espera.
Entretanto, é preocupante o fato de que o mesmo mal da