jurisprudencia

415 palavras 2 páginas
O médico, quando se engrandece de ciência, adquire uma ensilagem de saber que deverá utilizar na sua prática perante o doente. Porém a austeridade, a exatidão e a objetividade científicas deverão saber flexibilizar as suas fronteiras quando confrontadas com a pessoa doente. Só assim se permitirá à ciência médica a necessária agitação adaptativa quando se exerce em cada doente, contextualizado na sua realidade psicossocial, sem jamais se arriscar o caráter personalizado do diálogo terapêutico.
Todavia, a prática médica tem vindo a negligenciar o aspecto relacional, em explícito contraste com a intimidade que dantes emergia singelamente da permuta indulgente e afetiva entre médico e doente. Apela-se ao reequilíbrio entre as esferas técnico-científica e assistencial, recuperando a dimensão humanista.
O propósito essencial da medicina é o de restaurar a autonomia/independência à pessoa doente.
Para que tal se torne possível no contexto da medicina atual, o doente terá que ser escutado e adequadamente informado. A informação partilhada poderá então ser vista, simbolicamente, como uma lente corretora do défice da dimensão relacional que hoje se registra ao nível da relação médico-doente.
Será isto viável no caso do doente ontológico?
A cogitação que se faz neste artigo não pretende discordar com as perspectivas usualmente adaptadas em estudos focalizados na humanização dos cuidados, nem tão pouco avaliar os paradigmas de interação que se instalam ao nível da díade médico-doente. Pretende isso sim, nomear o doente como o autor principal, quando capturado pelos processos e relações sociais envolvidas no ato terapêutico. Mais do que consagrar uma figura de retórica, pretende-se que o presente artigo se constitua como um contributo válido para a emancipação da pessoa doente nos palcos e cenários hospitalares. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar, o ato informativo e as modalidades de que se reveste a informação prestada aos doentes ontológicos

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