juridico
Após ouvir os argumentos da acusação e da defesa, doze jurados se reúnem numa pequena sala para decidir se um réu é culpado ou inocente. Se culpado, sua pena será a morte. Onze deles estão convencidos de que o suposto criminoso é culpado, sobrando apenas um disposto a questionar a validade das provas apresentadas, para o descontentamento da maioria dos demais. Inicia-se então um debate em que todo julgamento é posto em revista, levando os jurados a exporem não apenas suas posições a favor ou contra a condenação do réu, como também suas próprias crenças e preconceitos.
Vale lembrar que este foi o primeiro trabalho de direção de Sidney Lumet para cinema. Antes o diretor havia trabalhado apenas em séries de TV, o que diz muito sobre seu talento, como veremos abaixo.
O título original, que pode ser traduzido como “doze homens irritados”, fala mais sobre o estado de ânimo da história do que a respeito de sua premissa. A trama compõe um quadro psicológico a partir da irritação daqueles homens com o único deles que “ousa” contestá-los. A partir das indagações do jurado 8 (Henry Fonda), todos são forçados, cada um a seu tempo, a rever suas posições, e reconsiderar suas próprias justificativas, tanto perante os outros como para si mesmos.
Lumet é inteligente ao potencializar a tensão psicológica confinando seus personagens numa sala pequena, quente e mal ventilada, situação que fica ainda pior quando se descobre que o único ventilador do cômodo não funciona.
Dentro deste cenário limitado o diretor investe nos enquadramentos, closes, e no uso de ângulos variados condizentes com cada momento da narrativa, além de estabelecer um mise-en-scène que tira proveito da espontaneidade e sinergia das atuações.
Outro fator importante na composição é a fotografia em preto e branco, que busca focar nossa atenção nas reações de cada personagem, evitando nos distrair com outros elementos de menor importância (um risco que