jovens e educacao nao formal
Vida de jovens: educação não-formal e inserção socioprofissional no subúrbio
Denise Helena P Laranjeira
.
Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Educação
Núcleo de Estudos e Pesquisa Trabalho, Tecnologia e Educação
Ana Maria Freitas Teixeira
Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação
Grupo de Pesquisa Educação e Contemporaneidade
Introdução
A demanda por mão-de-obra mais escolarizada e mais qualificada é uma das exigências da economia mundial que, desde fins da década de 1980, é regida pelo neoliberalismo. Outros fatores considerados pelos estudiosos, como a redução do papel do Estado nas áreas sociais (a educação é um exemplo), a reestruturação do trabalho, o desemprego estrutural e o aumento do emprego informal vieram afetar dramaticamente a juventude dos setores mais empobrecidos da sociedade. Certamente, os reflexos produzidos a partir da articulação desses fatores mostram-se mais perversos nos países de economia periférica, tal como é o caso do Brasil.
No país, os jovens representam um contingente significativo, aproximadamente 34.081.330 de pessoas na faixa etária de 15 a 24 anos (IBGE, 2000). No entanto, mais de três décadas distanciam o Brasil dos países ricos no que tange a políticas públicas destinadas a esse segmento.
À luz dessas considerações, a educação é fator estratégico na inserção socioprofissional do jovem, tanto nos países ricos quanto nos pobres (Delors, 1996;
22
7-172_artigos.P65
Escot, 1999). No caso brasileiro, o aprofundamento do caráter dual do financiamento do sistema de ensino (público e privado) evidencia o fortalecimento do binômio educação pública/baixos padrões de qualidade. Tal fato acentua as desigualdades na formação dos jovens das camadas mais pobres da população
(Charlot, 2000; Freire, 2002; Kuenzer, 2000).
O problema é complexo e suscita diferentes possibilidades de análise, em que se entrecruzam desigualdade social, origem de