Jongo
O jongo, também conhecido como caxambu, é uma dança de roda de origem africana, praticada na comunidade quilombola de São José da Serra desde a época em que os negros eram escravos das fazendas de café da região.
Na época da escravidão, a dança era celebrada nos dias dos santos católicos, marcando um dos únicos momentos de descontração e festa para os escravos.
Atualmente, o jongo ainda é dançado na comunidade de descendentes dos antigos escravos da fazenda São José, sendo um símbolo de resistência cultural e identidade dos quilombolas.
Os quilombolas de São José são católicos, mas também frequentam terreiros de umbanda. Por isso, suas manifestações culturais e religiosas possuem traços tanto do catolicismo quanto do umbanda.
O jongo é dançado no dia 13 de maio (dia da abolição da escravidão), nos dias de festas juninas, nos dias de santos católicos, nos casamentos e em apresentações públicas.
Quando é dia de festa, os comunitários montam uma fogueira e iluminam o terreiro com tochas. Há a armação de uma barraca de bambu para os pagodes e de um arrasta-pé para os casais dançarem.
A responsável pelo jongo é sempre a quilombola mais idosa da comunidade. À meia-noite, ela interrompe o baile, sai da barraca e anda até o terreiro de terra batida. Acende-se a fogueira e os comunitários formam uma roda. Ela se benze nos tambores sagrados, pedindo licença aos antigos jongueiros que já morreram para iniciar o jogo.
A música é tocada por dois tambores: o tambu (maior e mais grave) e o candongueiro (menor e mais agudo). Enquanto o candongueiro dá a marcação dos passos da dança, o tambu repica o ritmo.