Invenção de Morel
Adolfo Bioy nasceu em Buenos Aires em 15 de setembro de 1914 e faleceu na mesma cidade em 8 de março de 1999.Escreveu romances e contos, dentre as obras mais conhecidas encontra-se La Invención de Morel, publicado em 1940.
Um romance que tem como característica básica a descrição, rico de detalhes minuciosos, que externa para ao leitor sentimentos de angustias. O livro, escrito na primeira pessoa, assemelha-se a um diário, relatando os sentimentos de um homem que procurando fugir da justiça, mesmo se considerando inocente, se esconde em uma ilha inabitada, que apesar de possuir “uma vegetação abundante”, e algumas construções como “museu, piscina e capela”, não havia gente que por lá sobrevivesse, por conta de uma moléstia. Mesmo acreditando nisso, sente-se agradecido as pessoas que o ajudaram a chegar naquele local, como observamos o trecho a seguir: “... Ombrellieri terá sido caridoso para com o um próximo injustamente perseguido e, até a última lembrança em que apareça, há de ser tratado com benevolência.” De forma poética relata o que para ele seria seus últimos dias, “Não esperar nada da vida, para não arriscá-la; dar-se por morto, para não morrer. Subitamente, tudo isso me pareceu uma letargia espantosa, inquietíssima; quero que tudo termine.”
Sem que percebesse a chegada de outro barco ou avião, observa a presença de outras pessoas na ilha, as toma como veranistas. Dividido entre a curiosidade de observá-los, no intuito de se sentir mais próximo de outras pessoas, e amenizar sua carência, e o medo de ser preso ou descoberto o passado.
Optando pela primeira opção, passa a viver na parte mais baixa da ilha ( sujeito às marés) , e passa a vigiar o dia-a-dia daquelas misteriosas pessoas. Inesperadamente se apaixona por uma jovem pelo nome Faustine, “Sublime, não distante e misteriosa com o silêncio vivo de uma rosa.”. Nutri sentimentos de ciúmes por um homem que muitas vezes conversa com ela, Morel. Ao tentar contato com a moça,