Artigo Lacan 2
Plavras-chave:objeto a, suplências, nomeação, nome-do-pai
Laureci Nunes
“Penso que, o psicanalista não pode se conceber de outra forma senão como um sintoma.
Não é a psicanálise que é um sintoma, é o psicanalista. O psicanalista é, afinal de contas, uma ajuda da qual, nos termos da Gênese se pode dizer que é uma virada.
Que Outro do Outro, esse pequeno buraco, possa fornecer uma ajuda, é nisso que a hipótese do inconsciente tem seu suporte. A hipótese do inconsciente,
Freud o sublinha, não pode ser mantida senão ao supor o Nome-do-Pai.
Supor o Nome do Pai, isto é Deus. É por isso que a psicanálise, bem sucedida, prova que o Nome-do-Pai, pode-se principalmente, se passar dele, à condição de se servir dele”
Jacques Lacan
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1 – Introdução
Lacan, no seminário 23, dedicado à Joyce, irá utilizar uma nova forma de escrever o sintoma: buscará uma antiga grafia, de origem grega – sinthome, onde rende uma primeira homenagem à Joyce, em seu desejo de helenizar a língua inglesa, tal como aquele pontua em Ulisses, fato que se acentua em “Finnegans Wake”, quando faz um verdadeiro escrito translinguístico. No desenrolar do seminário outras relações homofônicas figurarão2, a partir do que Lacan foi lendo da particular relação com a língua que o escritor apresenta.
Nesta primeira aproximação ao referido seminário, pretende-se situar algumas implicações clínicas dos elementos introduzidos pelo que ficou conhecida como a segunda clínica de Lacan. Fundamentalmente a análise reside no questionamento quanto a um possível suplantamento da primeira pela segunda clínica, notadamente quanto à pertinência do diagnóstico estrutural, quando se trata da clínica orientada pela topologia dos nós.
2 – Neurose e Psicose
É a partir do seminário 20 que Lacan usará a topologia dos nós borromeanos como possibilidade para uma leitura dos enlaçamentos possíveis entre real, imaginário
e simbólico. Segundo Morel3,Lacan disse servir-se desse recurso para simplificar o que é