Introdução à gestão
A vida numa empresa chinesa
Pedágio para entrar na companhia. Funcionários que moram dentro da sede. Bônus de até 30 salários extras por ano. Conheça a improvável receita de gestão forjada pela Huawei, um dos ícones do novo capitalismo chinês
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Carolina Meyer, da EXAME
Alex Hofford/EXAME.cpm
Opções de lazer na área comum dos alojamentos da Huawei, em Shenzhen: 3 000 funcionários moram na própria empresa
De segunda a sexta-feira, toda vez que o ponteiro do relógio marca meio-dia em Shenzhen, cidade de 12 milhões de habitantes no sul da China, um clima de excitação toma conta da sede da Huawei, uma área de 1,3 quilômetro quadrado ocupada pela maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China, com faturamento de 22 bilhões de dólares em 2009. Imediatamente, os cerca de 20 000 funcionários da empresa deixam os 15 prédios espelhados onde ficam seus escritórios e dirigem-se a um dos três refeitórios da companhia. A visão daquela multidão caminhando apressadamente na mesma direção impressiona os visitantes - em poucos instantes, o enxame de trabalhadores toma as ruas do que até então mais parecia um campus universitário mergulhado no mais profundo silêncio. Nos refeitórios, cada empregado paga cerca de 30 renmimbis (ou 8 reais) por sua própria refeição: geralmente uma sopa de arroz acompanhada de legumes, cogumelos e carne de porco. Todos os dias são servidas mais de 15 000 refeições a funcionários de mais de 15 nacionalidades, de chineses a sudaneses. Eles comem rápido - em 30 minutos já estão de volta à sua mesa de trabalho. Na Huawei - pronuncia-se "ráuei" -, assim como em toda a China, não se perde tempo.
O ritual do almoço se encerra com um cochilo de, no máximo, 15 minutos, tirado no meio do escritório em colchonetes espalhados pelos corredores. O breve descanso é necessário para aguentar o ritmo puxado da tarde. Até o expediente se encerrar, às 18 horas, ninguém para de produzir - no