Redes
A CONECTIVIDADE DAS REDES DE INFRA-ESTRUTURA E O ESPAÇO URBANO DE SÃO PAULO NOS ANOS 901
Ricardo Toledo Silva Reprodução e citações limitadas a uso acadêmico, explicitando caráter provisório do texto.
A conectividade e sua leitura
Neste texto eu mostro que a avaliação de conectividade efetiva da infra-estrutura urbana deve ser baseada em indicadores outros que não apenas a cobertura dos serviços. A avaliação de conectividade de sistemas em rede envolve desafios metodológicos difíceis, especialmente quando associada à participação específica de uma dada conexão no conjunto das capacidades centrais do sistema. Baseado em evidências empíricas trabalhadas para São Paulo, enfatizo que mesmo no caso de países emergentes como o Brasil, a cobertura de infra-estrutura tende a abranger a maioria dos territórios urbanos, inclusive as periferias mais pobres. Entretanto isso não implica que o caráter excludente do desenvolvimento urbano e da oferta de serviços tenha se arrefecido. Ao contrário, a concentração do debate sobre a regulação em torno do acesso básico e das tarifas de consumo, tende a mascarar a dimensão estratégica do controle social sobre os serviços. A localização específica de concentrações privilegiadas de quantidade e qualidade de serviços no espaço urbano define quem são e onde ficam os incluídos na cidade moderna. A exclusão social é aqui evocada em sentido amplo, envolvendo não só o acesso mais direto e evidente a bens e serviços na falta dos quais se caracteriza uma situação de pobreza, mas também o acesso a condições que determinam a possibilidade de sobrevivência econômica dos grupos mais vulneráveis. O mercado de trabalho associado à lógica da economia globalizada é ele mesmo altamente excludente e a sobrevivência na periferia da atividade econômica moderna depende, em larga medida, do acesso a serviços públicos em quantidade e