Interpretação - O mito da caverna (Platão)

332 palavras 2 páginas
No texto do Platão que mostra a conversa entre Sócrates e Glauco, fala de prisioneiros que desde o nascimento são acorrentados no interior de uma caverna de modo que olhem só para uma parede iluminada por uma fogueira. Nessa iluminação aparecem estátuas de homens, plantas, animais etc. Como as sombras das estátuas são projetadas na parede, seria a única imagem que aqueles prisioneiros conseguiriam enxergar. Com o correr do tempo, os homens dão nomes a essas sombras.
Imaginem que agora que um destes prisioneiros é forçado a sair das amarras e olhar o interior da caverna. Ele veria que o que permitia a visão era a fogueira e que na verdade, os seres reais eram as estátuas e não as sombras. Perceberia que passou a vida inteira julgando apenas sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da verdadeira realidade. Mas imaginemos ainda que esse mesmo prisioneiro fosse arrastado para fora da caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois de muito habituado à nova realidade, poderia voltar a enxergar as maravilhas dos seres fora da caverna. Não demoraria a perceber que aqueles seres tinham mais qualidades do que as sombras e as estátuas, sendo, portanto, mais reais. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como são em si mesmos. Não teria dificuldades em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é desta fonte que provém toda existência (os ciclos de nascimento, do tempo, o calor que aquece etc.).
Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passara a ter da realidade, esse ex-prisioneiro lembraria-se de seus antigos amigos no interior da caverna e da vida que lá levavam. Imediatamente, sentiria pena deles, da escuridão em que estavam envoltos e desceria à caverna para lhes contar o novo mundo que descobriu. No entanto, como os ainda prisioneiros não conseguem ver senão a realidade que presenciam.

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